Desde 2007 que tem vindo a desenvolver um amplo ciclo gráfico de trabalhos a vermelho, encarnado ou escarlate. Um trabalho que tem sido mostrado ocasionalmente e que pode ser em parte visto numa exposição a decorrer no Museu do Dinheiro, em Lisboa, até 4 de Junho.
Fomos recebidos na sua “gruta” – como lhe chama – que é também o seu atelier, em sua casa. O espaço onde passa os dias e cria é um lugar pequeno à vista de quem passa, mas um crescente mundo para quem lá permanece. Os livros que forram as quatro caóticas paredes são pequenas ilhas de memórias e os retratos espalhados nas estantes companheiros de conversa. “Tudo o que aqui está foi acrescentado aos poucos, passo a passo”. Descobrimos as suas crenças, regras e hábitos. De chinelos, movimenta-se naquele pequeno lugar influenciado pelos raios de luz que entram pela janela a dar as horas. Durante a manhã, Pedro aproveita a luz junto à janela ou os raios que, com o passar do tempo, percorrem a enorme superfície do estirador onde vemos os desenhos ainda por terminar. À noite, o serão passa-se à média luz no cadeirão do atelier.
Conhecemos o Pedro num caos que é seu, onde tudo funciona em harmonia. Na verdade, quase que nos sentimos a mais ali. Cada objecto é uma extensão de si próprio, das suas memórias e dos seus sentidos.