Desde o início que que pensamos em vinha e vinho. Quem processa uvas alheias, provavelmente, não tem a mesma capacidade de intervenção, e até de investimento, a médio e a longo prazo que nós sempre conseguimos manter aqui.
A certa altura, muito pela nossa convicção e cultura, tentámos não esgotar e criar condições para que cada cultura, em cada ano e vindima, fosse potencialmente melhor do que o ano anterior. Não é fácil, não controlamos as horas de sol ou chuva mas acreditamos que alguns factores de correcção podem ser introduzimos numa perspectiva das nossas vinhas e uvas chegarem às pessoas com qualidade. Entendemos que a cultura biológica era o caminho a percorrer. Pela ligação com a sustentabilidade, com a terra, com tudo aquilo que fazemos para respeitar a terra onde produzimos as nossas uvas mas também por uma perspectiva de aproximação aos nossos consumidores.
Queremos direccionar, cada vez mais, aquilo que fazemos para sectores específicos. O mercado tem sempre a última palavra. Há pessoas que têm uma perspectiva mais generalizada mas também há quem seja mais exigente, que vá mais a fundo e que goste de conhecer a história do vinho, de saber como é que aquela garrafa que está em cima da mesa chegou até ali. Procuramos chegar a estas pessoas que têm um desejo de procurar e encontrar diferenças.
Escolhemos o caminho mais difícil. Estamos sempre preocupados em encontrar formas de fazer melhor, formas de estar mais à frente e hoje já somos, em termos de vinha, a maior extensão de vinha tratada em modo biológico.
Provei o Colheita no meu aniversário e tive, de facto, o sentimento de que havia qualquer coisa de diferente, de mais autêntico. Qualquer coisa que talvez não se consiga sentir numa primeira aproximação mas que, de facto, acaba por proporcionar uma experiência diferente. E é essa a nossa convicção, progressivamente, vai haver uma diferenciação grande entre a culturas orgânicas e as culturas correntes».