HERDADE DO ESPORÃO: UM PRETEXTO PARA PINTAR
Abel estava no seu quarto quando recebeu uma chamada do designer Eduardo Aires a desafia-lo a criar um rótulo para o Esporão. A surpresa foi tal, que no momento só conseguiu responder com um “ok, obrigado”. Na altura com apenas 21 anos e a terminar a sua formação em pintura na Faculdade de Belas Artes do Porto, não imaginava que o seu trabalho iria figurar ao lado de mestres como Alberto Carneiro, Júlio Pomar ou Julião Sarmento. Mas se a idade é um posto e traz consigo nome e experiência, o talento não escolhe idade.
«Toda a pintura de paisagem é um bom pretexto para pintar. É uma pintura feliz, há um prazer em fazê-lo. Sinto que vemos com outros olhos. A paisagem dá tempo para ver as coisas. Cada coisa que vemos vai enriquecer a pintura. Gosto muito deste estilo de pintura porque estou dentro do momento. Um momento que vai acabar e que tenho de aproveitar. Coloco tudo naquela tela. As próprias telas que resultaram desta visita são a prova de que este foi um bom pretexto para pintar».
ABEL MOTA, Amares, 1999.
Desde 2017 tem participado em várias residências artísticas, exposições coletivas e individuais, tanto em Portugal como no estrangeiro.
Salientam-se as residências em Chã das Caldeiras, Cabo Verde (2018 –2021) e em Conceição das Crioulas, Brasil, em 2019 com o projeto ID_CAI – Identidades e na Bienal de Arte Encontrarte, onde é artista convidado desde 2017.
Nesse mesmo ano, ganha o prémio AJ da Fundação Millennium BCP.
Desde 2019 tem colaborado em projetos artísticos com o Estúdio Eduardo Aires (2019 e 2022).