«As túlipas de betão ajudam a manter este carácter, mais terra, mais elementar do vinho.»
Quando se tem os elementos terra, água, sol e ar na nossa equipa, não queremos escondê-los, mas potenciá-los. Tudo o resto é supérfluo. Basta um pequeno passeio pelo vinhedo biológico para que toda a biodiversidade se revele, rica e equilibrada, onde todos têm um papel.
Nos 7 solos da herdade desenvolvem-se também os micro-organismos essenciais à decomposição da matéria orgânica. E, assim, as raízes absorvem nutrientes cruciais para uma vinha saudável.
No Verão foram introduzidos enrelvamentos e sebes que ajudam os auxiliares a sentirem-se em casa. Apesar de não estarem presentes no rótulo do Colheita há mais intervenientes a agradecer.
Rui Flores, gestor agrícola da Herdade, acrescenta: «estas e outras práticas levaram-nos a trabalhar na Natureza dos detalhes e assim atingir os nossos objectivos. Este foi o caminho que talhámos e em que acreditamos».
Caso esteja a ponderar se tantos detalhes fazem realmente a diferença, pedimos mais umas palavras emprestadas, agora a José Roquette. «Há quem seja mais exigente, vá mais a fundo e goste de conhecer a história do vinho, de saber como é que aquela garrafa que está em cima da mesa chegou até ali.»
E João Roquete remata. «Este é o primeiro vinho que estamos a lançar que reflecte a 100% o caminho que começámos a construir com a introdução do modelo de agricultura biológica. Este lançamento serve de ponto de inflexão – a partir de agora, e à medida que as vinhas forem recebendo o certificado de agricultura biológica, os vinhos do Esporão que conhecemos, e que estão no mercado há vários anos, vão passar a ser também biológicos.»
Com o nosso exigente primeiro vinho biológico recordámos os elementos, práticas, auxiliares, amigos e família que nos acompanharam até aqui, desde a Herdade até à mesa, passando pela terra, pelos frutos e pelas adegas. Esta história de inconformismo e equilíbrio já vai longa, mas felizmente, como dizem os antigos, «à mesa ninguém se faz velho».