Estas grandes vasilhas de barro caíram em desuso, quer pela industrialização do sector, como pela percepção de que os vinhos “caseiros” seriam algo de arcaico e pouco interessante, o que tornou particularmente difícil perceber como íamos pôr esta vontade a funcionar. Fabricarmos as talhas estava fora de questão, portanto a solução lógica foi ir à comunidade local buscar, não só os recipientes, mas, tão importante, o saber tradicional que há sobre todo o processo de produção de vinho da talha.
Mas a questão não fica por aqui, agora há que saber com que castas se fará este vinho, quais as técnicas e métodos mais adequados para a sua produção e como irá evoluir o vinho, etc. Muito deste saber foi colhido entre produtores históricos da Vidigueira, Mourão, Reguengos de Monsaraz e outras terras onde a tradição ainda se mantinha. Este é um exemplo claro de como a comunidade local aportou valor ao nosso portefólio de vinhos e de como encontramos os fornecedores certos que nos ajudam a criar condições para inovarmos. Para responder às necessidades do mercado, fomos atrás de uma ideia e, para desenvolver essa ideia, fomos beber conhecimento e experiência à comunidade local.