Realizados por Jorge Pelicano, responsável pelo trabalho “Pare, escute e olhe”, sobre a linha de caminho-de-ferro do Tua, os pequenos vídeos querem mostrar que “a ameaça da barragem é cada vez mais real” e que vai “afetar comunidades e modos de vida”.
Por exemplo, na aldeia da Sobreira, concelho de Murça, Pedro Duarte, o jovem que optou por ser viticultor, protagoniza “A última vindima” e garante que a “barragem não vai trazer nada” e “já está a mudar tudo”.
Alguns hectares inseridos na Região Demarcada do Douro vão ser afetados pelo empreendimento hidroelétrico nesta aldeia do distrito de Vila Real, mas, para além disso, os produtores mostram-se também preocupados com as consequências para a vinha, com a necessidade de maiores tratamentos devido à maior humidade.
O agricultor Manuel Queiroga queixa-se de que vai ficar sem os terrenos onde tem a sua horta, enquanto Ricardo Inverno faz canoagem pelo rio de “experiências fortes”, fala sobre o “monstro sem necessidade de ser criado” e deixa a pergunta: “por que é que é tão fácil destruir?”.
Aníbal Gonçalves, guia por uma caminhada pela linha ferroviária do Tua, aproveita para guardar em fotografias as memórias da linha e do vale.
“Estamos a destruir comunidades, destruir modos de vida e o desenvolvimento local e estamos a afetar pessoas que gostariam de ter uma opção de vida aqui e que lhe está a ser negada”, salientou João Joanaz de Melo.
O objetivo desta campanha, que será oficialmente apresentada dentro de semanas, é “chamar a atenção da opinião pública”.