Em mais de 30 anos de história foram muitos os vinhos produzidos, as experiências feitas e as memórias criadas. Felizmente, existe um lugar onde podemos viajar no tempo e revisitar essas lembranças através de cada vinho. A nossa Garrafeira é um arquivo de todo o trabalho desenvolvido e visitá-la é uma experiência única.
«Ter a oportunidade de ir à garrafeira e provar todas aquelas memórias é muito entusiasmante. Há sempre uma expectativa e uma curiosidade grande em saber como os vinhos estão. São vinhos com dez, vinte e trinta anos em garrafa. Pensar no que aconteceu nos últimos trinta anos no mundo, em Portugal, no Esporão e com as próprias pessoas. Onde é que eu estava há vinte anos atrás? E pensar que aquela garrafa, aquele vinho continua ali, resistente a todos esses acontecimentos, ao tempo, e ainda conseguir providenciar-nos bons momentos à mesa, é incrível» Sandra Alves.
A Prova da Garrafeira é um momento único e especial que surgiu assim, da curiosidade e da oportunidade de ir à Garrafeira provar os nossos vinhos mais raros e antigos, e partilhar essa experiência com pessoas interessadas num jantar desenhado à medida de cada vinho.
Depois da primeira experiência em 2016, o momento repetiu-se. A nossa enóloga Sandra Alves voltou a abrir a Garrafeira, fez uma selecção alargada de vinhos e provou-os individualmente. A escolha final recaiu na qualidade de evolução do vinho, mas não só.
«É interessante acompanhar a evolução de cada vinho. Não só no vinho que, entretanto, em termos de perfil e composição, se alterou radicalmente, mas também em termos de rótulo e imagem. Observar o crescimento da marca, no que ela se transformou. Abrir a garrafeira é também isso, o acompanhar da história do Esporão e da marca através dos vinhos. O que se fazia na altura, as castas que se utilizavam, os talhões e a imagem.»
A selecção final foi feita em conjunto com o chef Pedro Pena Bastos que criou dez pratos inspirados em cada um dos vinhos. Lagostim, ostra, salmonete, camarão violeta, faceira de porco preto e vazia de vaca velha, foram alguns dos ingredientes em destaque.
A prova decorreu no Restaurante Esporão e, de seguida, o jantar foi servido na Sala Privada do mesmo. De 1987 a 2016, entre a prova e o jantar, foram 15 os vinhos provados. Entre os mais antigos, estava o Esporão Reserva Branco 1987.
«É um vinho fascinante. Uma das suas curiosidades é que no rótulo diz que é Roupeiro mas no contra-rótulo fala noutras castas, nomeadamente a Perrum. É interessante porque, hoje em dia, não seria uma casta que escolhêssemos para colocar num Esporão Reserva. Não se adequa, é uma casta fácil, com menos acidez e, na realidade, está lá neste vinho com trinta anos. Depois, foi um dos primeiros vinhos vinificados na adega. Marca o início de uma história.» Sandra Alves
Esta foi uma prova especial e exclusiva e os participantes não poderiam estar mais satisfeitos.
«O que gosto nesta prova é o contacto que acabamos por ter com os enólogos e com as histórias de cada vinho. Sendo limitada a um número reduzido de pessoas, é mais fácil a comunicação entre todos. Acabamos por compreender o que estamos a beber e como é que aquele vinho chegou ali. A componente gastronómica é também muito importante, a comida é deliciosa e os pairings são muito interessantes. É a segunda Prova da Garrafeira a que venho e as expectativas estavam elevadas. E foram superadas. Os vinhos e a comida estavam muito equilibrados e isso, no final, é o que acaba por ficar, a experiência completa» Sofia Veiga Vaz