“O bar estava apinhado de grupos em festa e foi invadido pelo ruído de copos a tilintar em brindes e de gargalhadas. Toda a gente parecia distraída, ninguém ouvia nada. Saíram frustrados.” Expresso
Foi naquele momento que Joanna se lembrou de uma noite “mágica” que teve em Nova Iorque. Quanto vivia em Brooklyn foi convidada para uma festa de aniversário surpresa onde assistiu a um concerto de uma banda jazz na casa da própria aniversariante. O ambiente vivido ficou-lhe para sempre na memória, e a ideia de replicá-lo, em Lisboa, começou a ganhar forma.
“Inspirados por essa ideia de tertúlias musicais resolveram pôr o movimento em marcha. O acesso à comunidade de músicos de jazz não era difícil. Ricardo tinha muitos contactos nesse mundo e alguma experiência em organização. Ele mesmo fizera parte de um coletivo musical, o CoolTrain Crew, que organizava concertos no bar a Bicaense e no Lux.” Expresso
Ricardo e Joanna, levaram o projecto para a frente e, pouco tempo depois, lá estava a mesma banda flamenca a tocar num T2 na Lapa para 30 convidados.
“Tocaram para um grupo de 30 pessoas convocadas via Facebook, uma pequena rede entre amigos dos amigos, ainda à experiência, só para ver como corria. Foi um entusiasmo. Funcionou. Fizeram um blogue, criaram uma página no Facebook e um endereço de mail, para quem quisesse subscrever e participar.”
Hoje, passados dois anos, já foram mais de 20 os concertos e as salas de estar. Foram muitos os artistas que, vindos de Portugal ou de qualquer parte do mundo, marcaram presença neste projecto. Foi o caso do conceituado guitarrista nigeriano, Keziah Jones, que no final de Agosto esteve em Portugal e deu um concerto memorável nas Lisbon Living Room Sessions.
O funcionamento destes espectáculos mantém-se o mesmo desde o primeiro dia. Até ao dia do concerto, o local é segredo e quem não quer faltar tem de entrar em contacto com a organização via e-mail. É também por e-mail que, horas antes do espectáculo, é desvendada a morada da casa.
“Não há bilhetes nem cachet para os músicos. Há vinho e aperitivos para quem aparece. No fim, Ricardo Lopes, que organiza estas sessões com Joanna, faz rodar uma caixa rectangular, de metal: é ali que é suposto os convidados – os espectadores – depositarem o donativo que quiserem, para ser distribuído entre músicos e organizadores. “ Público
O Esporão tem caminhado com este projecto ao longo destes dois anos, preenchendo os intervalos entre canções, conversas e aperitivos, com um copo de Assobio.
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